Livro: A doçura do mundo

Autora: Thrity Umrigar

Editora: Nova Fronteira

Olá pessoal… estou aqui para compartilhar mais um livro maravilhoso com vocês dessa autora indiana super sensível e que aprendi a gostar muito, tanto que tenho quase todos os livros dela. O primeiro livro que eu li foi um presente que ganhei e foi assim que conheci os outros e de todos, esse é o que tem a história que mais me tocou.

Sabe aqueles livros que você se identifica… pois é… comigo foi assim…principalmente porque é um livro que fala muito de relacionamentos familiares… fala de assuntos do cotidiano e traz mensagens que nos levam a refletir e uma delas é que por mais que a realidade seja complexa, sempre haverá uma razão para continuar e não deixar a doçura do mundo se perder… tudo vai depender das nossas decisões.

“O Melhor Lugar do Mundo é Perto Daqueles Que Amamos”

Logo na capa do livro já nos deparamos com essa frase muito verdadeira, realmente não existe lugar melhor. O livro fala sobre “fragilidades da vida, a essência do convívio familiar e as barreiras entre as diferentes culturas”. É um romance que conta a história de uma mulher chamada Tehmina que passa por uma situação completamente difícil e fica desnorteada após a morte do marido e depois disso se questiona se ainda vai ter alguma doçura no mundo. Como vai ser a vida dela dali pra frente.

A vida é assim… de uma hora pra outra muda tudo e nós temos que encontrar uma forma para reverter essa situação e é nesse sentido que o livro de uma certa forma nos ajuda a olhar as dificuldades por outro prisma e acreditar que apesar dos pesares ainda podemos encontrar doçura no mundo, nem tudo esta perdido mas, precisamos agir, tomar atitudes e decidir o que queremos para as nossas vidas.

“Digo e repito: ela é a mulher que amei, a mulher com quem casei. Sempre pareceu frágil, e Deus sabe que é sensível como um passarinho, mas por dentro, tem a dureza da pedra. Foi isso que sempre amei nela”

O livro começa com uma carta póstuma do marido de Tehmina, chamado Rustom, na qual ele exalta as qualidades da sua esposa e faz um resumo da história que vamos encontrar pela frente, das difíceis decisões que Tehmina terá que tomar, agora sem o apoio do marido que ela tanto adorava, a tal ponto (como ele mesmo diz) “que se esquecia de medir seu próprio valor, sem nunca saber que carregava o mundo, o meu mundo na palma da mão”.

Após a morte do marido ela tem que decidir sozinha o que fazer dali em diante. Ela e o marido moravam num amplo apartamento em Bombaim na Índia, tinham muitas amizades da alta sociedade de longa data e o seu filho único morava com a nora e o neto em Ohio nos Estados Unidos, outra cultura, outros costumes, pessoas desconhecidas enfim….

Ela tinha que decidir: ficar na Índia onde construiu toda a sua vida ou ficar com a família que é seu filho Sorab,  sua nora Susan e seu neto Cookie nos Estados Unidos?

Essa decisão não foi fácil pra ela… durante toda a leitura existem vários flashbacks com frases do marido encorajando ela a tomar logo uma decisão. Lembranças dela na Índia e comparando com o momento que ela esta passando com o filho nos Estados Unidos. A relação um pouco complicada com a nora Susan que a repreendia por causa de algum comportamento diferente do americano. Será que ela ia conseguir se adequar a costumes tão diferentes?

Teve uma situação no Cap 6 por exemplo em que Tehmina, Susan e o neto Cookie estavam saindo das compras e esperavam o sinal abrir para atravessar a rua (mesmo sem ter carros passando), Susan estava cheia de sacolas e a avó pegou a mão do neto e simplesmente atravessou, algo muito normal na Índia, naquela multidão de gente só que nada comum nos Estados Unidos. Susan achou aquilo um absurdo completo, “não acredito que você tenha feito isso?  Não acredito que tenha exposto seu único neto a esse tipo de perigo!”. 

Essa reação da nora fez com que Tehmina sentisse uma mescla de emoções: indignação, vergonha, culpa, incredulidade, ainda mais porque havia pessoas observando com olhares de reprovação. “Reprovação de Susan por fazer cena por uma banalidade, ou, por ela ser uma caipira idiota e burra que não sabia atravessar a rua?”.

Não foi nada fácil pra ela o período, logo após a morte do marido, em que seu filho insistiu para que ela ficasse com ele nos Estados Unidos para não ficar sozinha na Índia. Nada fácil…

“Tehmina virou-se na cama…veio-lhe à lembrança a sensação do braço forte de Rustom a envolvê-la… por mais que ela estivesse cansada ou inquieta, enconstar-se no corpo do marido nunca deixava de reconfortá-la. E era disso que ela mais sentia falta, daquela sensação de estar protegida”

Tem umas partes fofinhas no livro também como a história de como ela conheceu o marido, ela fez algumas piadas que fizeram ele rir e ela fala que “de repente, ela teve a impressão de que a vida só seria doce e digna de ser vivida se lhe fosse possível fazer aquele homem sorrir outra vez”. Ainn gente… que coisa mais linda… gostei muito dessa parte, muito legal o companheirismo deles e o quanto eram um casal bem humorado.

Tem o conflito do filho Sorab também que sugeriu para a mãe se mudar permanentemente para os Estados Unidos assim que o pai faleceu como um gesto de bondade no início “um modo de construir com palavras uma corda para iça-la das águas lodosas do luto que ela estava se afogando” só que depois ele parou para pensar que não era brincadeira, que era muito sério o que ele estava propondo pois mudaria toda a vida da sua mãe e ele precisava estar muito seguro de seus próprios motivos … tchamram….

“O que você quer? E o que está disposto a sacrificar para conseguir o que quer? Sua única resposta foi um rosto que o fitou do espelho em silêncio. Sorab notou que era o rosto de um homem amedrontado.”

É minha gente… não é facil não… E para completar e deixar todos confusos de uma vez, em plena manhã de Natal o filho acorda com um telefonema que deixa ele estarrecido, algo muito sério que sua mãe tinha feito e tinha parado na capa do jornal com a foto dela estampada e tudo, ele quase caiu no chão… e tinha que contar para a esposa “sentiu um bolo no estômago ao pensar na reação da mulher. Lembrou-se que ela havia pedido expressamente a sua mãe que não se relacionasse com as pessoas da casa vizinha. E mamãe havia ignorado a súplica da nora com displicência. Que tinha dado nela?”

Ficou de boca aberta?… Ficou curioso para saber o que aconteceu? Genteee… vocês precisam ler o livro kkkkk é muuito bom e prende sua atenção do início ao fim, eu não parei de ler enquanto não terminei… o final é maravilhoso… mas claro que não vou contar… você vai ter que descobrir sozinho o que foi que aconteceu e o que foi que ela decidiu.

Depois me conta se gostou 🙂

Beijinhos e que Deus nos abençoe sempre

Taty Guimarães

ps: a capa do livro aqui embaixo é diferente porque é uma edição mais recente que o meu já velhinho kkkk

 

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